terça-feira, 27 de outubro de 2009

Um almoço sem igual na Casa Lapostolle

Já postei aqui sobre a visita e degustação de vinhos dessa brilhante vinícola chilena. Depois de conhecer a elaboração dessas jóias, é hora de um belo almoço, com um serviço de primeira. Inesquecível,  um daqueles lugares que está na lista do repeteco e aconselho pra todo mundo de olho fechado.
O almoço é servido na parte superior da vinícola, num loft que serve de restaurante e sala de estar e também para uso dos hóspedes da pousada, que na realidade são quatro casas com vista. Bela decoração, com muito bom gosto e uma vista matadora. Lá fora uma piscina e mesas, onde eu e a Fê ficamos pra se deliciar com as entradas do nosso almoço.
Pra começar, uma Torradinhas com papaya amarelo, marmelada e queijo. Linda apresentação do prato, harmonizado com o vinho Casa Lapostolle Sauvignon Blanc 2008 (R$ 41,58 na Mistral). Um vinho do Valle de Rapel. Aroma de maracujá, leve, com agradável acidez, casou bem com a entrada. Talvez a geléia devesse ser menos doce.
Enquanto curtiamos o ambiente e uma musiquinha lounge que rolava, chegou a segunda entrada: Pinchos de carpaccio de avestruz com rúcula e pêra. Muito bom, original, harmonizou melhor do que a primeira.
Mais uma entrada na seqüência, as matadoras Empanadas de queijo e cibullete. Sem explicação, macias, com sabor de Chile.
Entramos no restaurante do loft. Foi aí que o garçom serviu o próximo vinho, um Cuvée Alexandre 2007 ($ 13.000 pesos ou R$ 48,00). Um vinho sensacional e, por esse preço, um verdadeiro best buy. Um vinho "gordo", com muita fruta, muito equilibrado, daqueles que ficam na memória. Hoje estava indisponível para venda no site da importadora Mistral.
No restaurante serviram mais uma entrada pra harmonizar com o vinho Cuvée Alexandre: Salmón ahumado con hierbas, Pebre de Mote y Ceviche de Ostiones. Um prato fantástico, o salmão derrete na boca. Fica por cima do "pebre", uma mistura chilena de ingredientes como coentro, abacate, cebola, azeite de oliva, alho, com o "mote" que é o grão de trigo, que tem muito sabor. O ceviche é feito com ostiones, um tipo de ostra igual a logomarca dos postos Shell. O ceviche aqui no Chile é sempre um prato espetacular, muito aromático, que eu gostaria de ter em casa toda a semana!
Todo esse sem fim de sabores fez bela companhia ao chardonnay Cuvée Alexandre, ele aguentou a comida e sobrou. De prato principal eu pedi um Cordeiro da patagônia com molho de Carmenère, purê às olivas e vegetais assados. A Fê pediu um filé no lugar do cordeiro. Bem, o cordeiro da patagônia  é uma carne nobre e reconhecida mundialmente. Realmente é muito boa, macia e com sabor marcante. O purê é bem interessante, com azeitonas pretas e o molho é redução de vinho com geléia de amoras, ótimo.
Foi harmonizado com o grande vinho Clos Apalta 2007, que já falei dele aqui no post anterior. Ficou muito bem harmonizado com o cordeiro. O vinho tem acidez e tanino suficiente pra aguentar pratos com carnes de sabor marcante e tem uma longa vida pela frente! Aliás, deve ganhar muito com o tempo.
Na seqüencia, não estava no script, mas gentilmente a casa nos serviu a menina dos olhos da empresa e do enólogo-consultor francês Michel Rolland: o Borobo 2006 ( R$ 276,66 na importadora Mistral ).
O nome é formado pela iniciais de Bordeaux, Rhône e Borgogne, as regiões produtoras de grandes vinhos. É um vinho superlativo,  concentrado, com taninos bem macios. Aromas de especiarias, canela, cereja, frutas vermelhas, é mais frutado do que o Clos Apalta. Particularmente gostei mais do Clos Apalta, que é mais ácido e tânico, o Borobo me pareceu mais enjoativo, pra quem for tomar algumas taças a mais. Com uma comida mais adocicada e aveludada harmonizaria bem melhor. Segundo as palavras do  garçom que nos atendeu, o Clos Apalta é um vinho mais masculino.
Ainda havia a sobremesa, um Blanco y Negro com framboesa. Uma espécie de creme e musse preto e branco, pouco doce, com uma linda apresentação. Com menta e uma calda doce com manjericão super refrescante. Acompanhou o licor da empresa feito na França, o Grand Marnier.
Como se não bastasse, junto com nosso cafézinho vieram bombons com nozes... Minha glicose foi para as nuvens!
O almoço se esticou tarde a dentro, sem pressa, como uma boa refeição deve ser, lenta e demorada. Foi um dos melhores lugares que eu já comi, daqueles especiais.

Esse super almoço custou  60.000 pesos ou uns 220 reais por pessoa, incluindo todos esse vinhos fantásticos. O que você não conseguir tomar, pode levar pra casa. O valor do almoço só com a linha Casa Lapostolle e Cuvée fica em 40.000 pesos ou 148 reais. Vale cada centavo.

O que: Casa Lapostolle (Na estrada entre San Fernando e Santa Cruz pegar a direita no sentido Apalta. Tel 72 953350, e-mail closapaltatours@casalapostolle.cl). Reservar com antecedência. Restaurante fechado entre 15 de junho e 15 de setembro.
Mais informaçãowww.lapostolle.com

5 comentários:

  1. Meu amigo, da para reclamar da vida, que deus continue nos dando esta graça!! Parabens.

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  2. Belos pratos....deve ter sido uma bela refeiçao........

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  3. É verdade! não dá pra reclamar da vida.

    Tiago, os pratos além da bela apresentação tem muito sabor.

    Abraços

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  4. Bom Dia,Adorei suas dicas!

    Voce foi como para o Valle do Colchagua?
    Estou com algumas duvidas acerca o transporte, pois procurei na internet e não achei. Se você puder me ajudar, fico muito agradecida. São elas:

    a)Chego 10:00 em Santiago do domingo e gostaria de ir direto do aeroporto para o Valle do Colchagua. Queria ir de ônibus, mas não estou achando a informação se têm direto do aero, a empresa, horários etc...Não sei de procuro para outra cidade próxima e desço em San Fernando ou Santa Rita. Você sabe?

    b)Da mesma forma, gostaria de saber se há ônibus que saem de San Fernando ou Santa Rita ou algum lugar próximo de Valle do Colchagua para Pucon?Empresa, e horário!
    Você tem dicas de Hotéis no Valle do Colchagua?

    Muito Obrigada mesmo!!

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  5. Esse passeio é incrível, vale muito a pena fazer!
    Parabéns pelo artigo e pelo blog!

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