sexta-feira, 23 de julho de 2010

As tapas e a cozinha espanhola do Arola Vintetres



Em São Paulo, não poderia deixar de visitar o meu grande amigo e sommelier Yugo Miyashita, do Restaurante Arola Vintetres no Hotel Tivoli. Um cara com um grande conhecimento em vinhos e com um talento raro. Foi uma noite pra lembrar nossa winetrip pela Espanha, regada a tapas e muito vinho!

Quem assina o menu do restaurante é o chef Sergi Arola, estrelado pelo Guide Michelin. Arola tem um dom especial para dar sua cara a clássicos da cozinha espanhola. Belas apresentações, mas com sabor acima de tudo.

Na maravilhosa vista que o restaurante tem, do alto do 23º andar, começamos o nosso "tapeado": pão com tomate, um clássico catalão, e gazpacho. No words...
Para acompanhar, Dom Perignon Rosé Safra 1998. Clássico champagne, com 12 aninhos. Agradavelmente ácida, perlage finíssimo, aromas sutis de frutas vermelhas, frutos secos, pão tostado. Na boca, muito cremosa.
Na sequência, uma seleção de ótimos queijos e embutidos. Arriba!
A releitura das patatas bravas do chef é algo. Uma tapa clássica, vendida em qualquer bar da Espanha, com uma apresentação original: batatas em formato cilindrico, ocas por dentro, recheadas com salsa picante e aioli. Como se diz aqui no sul, agora me caiu os butiás do bolso... Genial!
A propósito, essas batatas foram premiadas no Madrid Fusión. Continuando, o saborosos pulpo a la gallega e ravióli de rabo de boi Wagyu. Joder tío, que pasada!
Seguindo nossa grandiosa noite, robalo assado com mini verduras e redução de clorofila. Casquinha crocante, peixe macio e saboroso.
O vinho escolhido pra harmonizar os próximos pratos (sim, tem mais!) foi o Rioja Crianza Ontañon 2004. Um vinho intenso, macio e que me trouxe um aroma mais do que familiar: a geléia de figo da Dona Jurema, minha mãe. Adoro quando isso acontece! O vinho e a comida tem a incrível capacidade de nos trazer de volta essas lembranças. E quem viu Ratatouille, sabe do que eu tô falando!
Continuando, mais clássicos. Panceta (barriga) de leitão confitada em baixa temperatura com purê de abóbora e manga. O cochinillo lechal (leitão que mama), pobrezinha da criança, é uma carne nobre na Espanha, muito macia, aqui acompanhada com um purê com um toque tropical da manga, bem exótico.
O vinho espanhol harmonizou muito bem com o lombo de kobe beef com cebolas glaceadas e purê de cogumelos. Um prato que não precisa de moléculas e espumas pra mostrar porque veio ao mundo, é o que eu chamo de comida de verdade. Sem explicação...
Agora uma pausa pra limpar o paladar antes da sobremesa: sorbet de lichia, tangerina e limão.
Pra encerrar, o momento dulce Arola. Três pequenas sobremesas de morango, abacaxi com pimenta rosa e musse de chocolate meio amargo. What a moment...
Foi uma das melhores experiências gastronômicas que eu fiz até hoje. Sabores, ótima comida, lembranças ao lado de amigos. Quer algo melhor do que isso?


O que: Arola Vintetres (Hotel Tivoli São Paulo Mofarrej. Alameda Santos, 1437 Jardins, São Paulo. Tel 11 3146 5923, e-mail arolavintetres@tivolihotels.com. Aberto para jantar: segunda a quinta das 19h às 24h, sexta e sábado das 19h às 21h, domingo das 19h às 23h).
Mais informaçãowww.arolavintetres.com

Veja também:
- Dubai: Um drink no Burj Al Arab
- São Paulo: a cozinha criativa do Restaurante Maní
- Espanha: três lugares pra comer em Madri
- Espanha: winetour na Bodegas Darien
- Espanha: Mercado de la Boqueria em Barcelona

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A cozinha criativa do Restaurante Maní

Criativo, brasileiro, e ligado nas novas tendências culinárias mundiais. Esse é o Maní, da chef gaúcha Helena Rizzo e do chef catalão Daniel Redondo. Os jovens chefs proporcionaram uma noite mais que agradável pra Fê e pra mim.

Já no couvert (R$ 13,00) dá pra sentir os bons fluídos do lugar: um lindo pirulito de parmesão e as deliciosas lascas de polvilho parecendo o que aqui na serra a gente chama de "grostoli". Apresentação impecável e sabor sem explicação! Acompanha manteiga, queijo de cabra com pimenta rosa e coalhada.
Seguindo nossa saga, pedi um ovo "perfecto" (R$ 26,00). Um ovo poche cozido a 63º durante 2 horas e meia. Quanto perfeccionismo hein? Eu diria inspiração: tem gosto de infância, acompanha uma espuma de pupunha, que lembrava milho... será minha cabeça? Enfim, gostei muito.
A tacinha de espumante aí no fundo é a Pericó Brut Rosé (R$ 59,00) de São Joaquim-SC. Pra quem eu aconselhei até agora, todos acabaram gostando: é muito frutada, cítrica, intensa, com um aroma de pomelo e goiaba inconfundível. Fruta na taça.
O peixe do dia a baixa temperatura no tucupi (R$ 60,00) foi a minha pedida. Com banana da terra e migalhas do Maní, uma farofinha que da uma crocância ao prato. Bem brasileiro, com uma linda apresentação e com uma forte personalidade. Gostei, mas a Fê não foi muito com a cara. Realmente, os sabores são bem tropicais e exóticos.
O prato dela foi um atum levemente grelhado (R$ 65,00) com quínua, chutney de amoras, espuma de gengibre e shissô. Gostei muito do prato e harmonizou perfeitamente com o espumante, principalmente por causa do chutney de amora. Maravilha.
Para terminar, uma porção de mini-brigadeiros (R$ 18,00), com direito a formiguinhas gulosas no prato. Muito criativo, bem brasileiro.
O Café Padoca (R$ 17,00) é uma sobremesa com creme de leite, gelatina de café e um sorvete de doce de leite caseiro com gostinho de casa. Gostei muito mesmo do sorvete, só da gelatina não tanto.
O que: Maní (Rua Joaquim Antunes, 210 Jardim Paulistano, São Paulo. Tel 011 30854148. De terça a sábado aberto para almoço e jantar, domingo somente almoço).
Mais informação: www.restaurantemani.com.br

Veja também:
- São Paulo: O melhor bolo de chocolate do mundo
- Floripa: Ostradamus, o melhor da Ilha
- Serra Gaúcha: A cozinha do Le Monde em Canela
- Salvador: o tempero baiano da Dadá

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Bistrô da Casa de Madeira: a autêntica cozinha italiana no Vale dos Vinhedos

A Casa de Madeira, no Vale dos Vinhedos, que já é famosa por suas geléias e sucos, resolveu inovar. Na antiga casa, com porão de pedra, foi aberto um bistrô que visitei semana passada.

Além de aconchegante, a casa de construção anterior a 1900 é cheia de importância. Para os padrões da época, processava a enormidade de 150.000 kgs de uva e foi a primeira casa da região com o privilégio de ter um banheiro! Outros tempos...

A Casa Valduga, do qual a Casa de Madeira faz parte, resolveu restaurar o lugar e colocou vários objetos da época: móveis antigos e objetos, que dão um clima todo especial ao lugar. As pedras no porão não tem rejunte de cimento. Foi por aí mesmo que eu fiquei.
Logo de entrada, me encantei com o delicioso antepasto: caponata, pimentões verde e amarelos e um queijo gorgonzola com geléia de morango e pimenta que é uma maravilha.
Além da valorização das geléias, o menu segue a linha histórica da casa e resgatou a culinária original dos imigrantes. Para isso contrataram um historiador que traduziu na mesa o que era a substanciosa dieta da imigração italiana: carnes de caça, massas cortadas na faca, gnochi e outros mais. O carro chefe da casa é a deliciosa codorna in pignatta, que acompanha o Piatto Imigrante 1876 (R$ 49,50 para duas pessoas), além de tagliatele (cortado a mão), nhoque de batata doce e polenta. A codorna tem um molho especial com vinho tinto, uma delícia. A apresentação diz tudo...
Pra quem é mais light, como alguns amigos da mesa, vale a pena provar o salmão em crosta. Claro que eu não poderia deixar de provar...
A Vacca (R$  25,00) é um medalhão de filé alto ao molho de vinho. Detalhe: é flambado na grappa. Pra acompanhar a carne, as geléias gourmet da casa. Delícia...
Pra harmonizar, o bom vinho Casa Valduga Premium Cabernet Franc 2006. Frutado, bons aromas no nariz, equilibrado e com um bom corpo.

Depois de toda essa comilança, não dá pra deixar de passar na lojinha ao lado.Tem vinagre balsâmico da casa e claro, as geléias. Destaque para a linha gourmet nas versões Malbec, (que foi usada no molho agridoce da salada), a de Morango com pimenta, e a linha original feita com o suco, receita dos imigrantes. E em breve, a Casa de Madeira vai lançar a geléia de Grappa.
Pra quem até agora só conhecia as já famosas geléias da Casa de Madeira, vale a pena provar a comida do bistrô!

O que: Bistrô Casa de Madeira (Linha Leopoldina, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves-RS. Próximo a Casa Valduga. De segunda à sexta, das 11 h às 14 h. Tel 054 2105 3122)
Mais informaçãowww.casamadeira.com.br

Veja também:
- Bento Gonçalves: Sapore e Piaccere, Caffé, Cuccina i Altri
- Vale dos Vinhedos: O charme do restaurante do Spa do Vinho
- Caminhos de Pedra: o restaurante Casa Vanni
- Garibaldi: A cozinha italiana da Trattoria Primo Camilo
- Garibaldi: Di Paolo, o melhor galeto do Brasil

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